Reuniões preliminares convenceram ambos os lados de que não haverá muito progresso em questões comerciais, por causa das elevadas tarifas de importação de etanol brasileiro cobradas nos EUA e da relutância do Brasil em permitir um acesso maior ao mercado consumidor nacional.
Ao invés disso, eles devem aprovar diretrizes para negociações comerciais futuras, colocar mais ênfase em iniciativas para expandir a presença de companhias norte-americanas nas áreas petrolíferas brasileiras e partilhar tecnologias agrícolas e de satélite.
O valor econômico desses acordos deve dar uma boa artilharia contra céticos de ambos os países --no setor privado e na política.
"Essa visita é para Obama dizer ao sistema político americano ... que um Brasil bem sucedido e forte é bom para os Estados Unidos. Esse argumento não é óbvio. Muitas pessoas não acreditam nisso em Washington", disse Matias Spektor, especialista em relações Brasil-EUA da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.
Muitas pessoas em Brasília também não acreditam nisso. Um artigo circulando no Ministério de Relações Exteriores, escrito por um ex-estrategista do governo Lula, defende que os EUA e outras "grandes potências" ficarão no caminho dos objetivos do Brasil, como uma maior independência econômica e um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
ELO PESSOAL
Até o momento, Dilma parece pensar ao contrário.
Assessores dizem que sua história de vida --de uma economista de pais imigrantes búlgaros de classe social relativamente privilegiada-- dá a Dilma uma inclinação mais Ocidental que a de Lula, um ex-líder sindical.
Dilma também participou de gerrilhas de esquerda contra a ditadura militar, que era apoiada pelos EUA. Mas sua carreira desde então foi marcada por um combate pragmático à pobreza, e ela vê uma aliança melhorada com os EUA como os meios para um fim determinado.
De fato, é a situação de relativa exclusão dos líderes --Obama como o primeiro presidente negro dos EUA e Dilma como a primeira mulher presidente do Brasil-- que faz diplomatas de ambos os lados esperarem que a reunião desta semana produza resultados a nível pessoal.
"Os dois tiveram a maioridade em sistemas políticos que os excluíram por razões diferentes", disse Spektor. "Isso vai produzir uma união pessoal que é incrivelmente útil." Ref Revista Exame
martes, 15 de marzo de 2011
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