jueves, 2 de abril de 2009

PARA ACABAR COM A CRISE

Para acabar a crise, US$ 1,1 trilhão
Líderes decidiram dar maior poder de fogo ao FMI, regular mercados e reduzir protecionismo.
Agências - 2/4/2009 - 22h17 Dylan Martinez/Reuters
Premiê britânico Gordon Brown anunciou ontem as decisões do G20.Os líderes do Grupo dos 20 (G20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) chegaram ontem a um acordo por meio do qual elevarão em
US$ 1,1 trilhão os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e de outras instituições para ajudar os países em dificuldades econômicas ao redor do mundo. O anúncio foi feito em Londres pelo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, ao término da reunião de cúpula.
Segundo o comunicado oficial do encontro, o grupo concordou aumentar os recursos do FMI para US$ 1,1 trilhão, sendo que, desse montante, estão US$ 500 bilhões em novos fundos; mais US$ 250 bilhões para Direitos Especiais de Saque (DES, a moeda do FMI); US$ 250 bilhões para financiamento do comércio internacional para os próximos dois anos, além d e outros US$ 100 bilhões em empréstimos adicionais para os bancos multilaterais de desenvolvimento econômico.
O G20 concordou em usar os recursos adicionais de vendas de ouro do FMI para financiar os países mais pobres e constituir um programa adicional de US$ 1,1 trilhão para dar apoio à recuperação do crédito, do crescimento e do emprego.
Contribuições de países – Brown disse que a China contribuirá com US$ 40 bilhões para o FMI, mas não disse se Pequim fará a contribuição por meio da compra de bônus do FMI ou créditos. A União Europeia e o Japão contribuirão com US$ 100 bilhões. Brown disse que alguns países decidiram transferir sua alocação de DES para países mais pobres.
O G20 decidiu que o FMI vai avaliar as ações adotadas e traçar as "as ações globais necessárias" para cumprir os objetivos anunciados.
Brown afirmou ainda que o G20 concordou com uma postura comum para limpar os balanços dos bancos e reformar o sistema financeiro. "Isso ajudará a restaurar a confiança no sistema financeiro mundial", disse. Ele descreveu o resultado do encontro como um exemplo "de ação coletiva – pessoas dando o melhor de si num trabalho conjunto".
Expansão fiscal – Brown observou que a expansão fiscal coordenada que os membros do G20 vêm promovendo totalizará US$ 5 trilhões até o fim do próximo ano. "Esse acordo de injetar dinheiro na economia internacional é um passo muito significativo em direção à recuperação", afirmou Brown. Um novo programa do Banco Mundial responderá por US$ 50 bilhões do total de financiamento ao comércio.
O grupo aprovou ainda uma revisão das quotas votantes do FMI até o fim de janeiro de 2010. Segundo o comunicado, o G20 também concordou em subscrever uma série de princípios para "promover a atividade econômica sustentável". O grupo se reunirá novamente antes do fim deste ano para fazer uma avaliação do progresso em seus compromissos.
Consenso – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse acreditar que o encontro de cúpula foi um "ponto de inflexão" no caminho rumo à recuperação global. "Os passos que têm sido tomados são críticos para evitar que deslizemos para a depressão." "Eles são mais arrojados e rápidos que qualquer resposta internacional que tenhamos visto a uma crise financeira de que se tem memória."
Já o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que "desde Bretton Woods, o mundo vem vivendo um modelo financeiro, o anglo-saxão. Não é meu trabalho criticá-lo, ele tem suas vantagens, mas hoje (ontem) claramente uma página foi virada", disse, referindo-se à conferência que criou o modelo econômico do pós-guerra. Reprodução

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