25/03/2008 - 08h45
Brasil mantém "serenidade" diante de crise econômica mundial, diz jornal francês
da BBC
Diante da atual crise financeira internacional, o Brasil mantém uma "bela serenidade", afirma nesta terça-feira uma reportagem do jornal francês "Le Monde".
Em uma análise da conjuntura econômica brasileira, o correspondente do vespertino parisiense avalia que a 10ª economia do mundo "vive um período de esplendor que inspira confiança em seus parceiros, assim como em si mesma".
Entre as razões que o repórter elenca para criar tal clima, está o crescimento de 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007 --"a segunda boa notícia do ano, depois do anúncio, no fim de fevereiro, de que o Brasil se tornou credor" no sistema financeiro mundial.
"É o país emergente que mais aumentou seus meios de troca em 2007. O nível de suas reservas --hoje superiores sua dívida externa pública e privada-- lhe garante um confortável colchão de divisas que lhe protege da seca do mercado", avalia o repórter.
O jornalista menciona a diversificação dos produtos e destinos de exportação brasileiros, e qualifica de "autônoma e transparente" as intervenção do Banco Central na economia.
Entretanto, lembra o "Monde", há "perigos" que "se aproximam". O primeiro é um ligeiro déficit no balanço de conta-corrente em 2007 por conta do ritmo de importações, elevado pela alta demanda interna e pelo poder de compra do real.
"A inflação é o segundo perigo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considera o pior inimigo dos pobres, cuja causa ele defende. O chefe de Estado prefere um crescimento modesto, que não transporte o germe do retorno da inflação", escreve o repórter.
sábado, 12 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
Investimentos da India No Brasil- Grupo Tata
Ele esta de olho no Brasil | 03.04.2008
O empresário Ratan Tata quer investir 15 bilhões de dólares no país -- mas é preciso perseverança e muita paciência para negociar com o bilionário indiano
Tata mantém no Brasil uma equipe formada por cerca de 20 executivos, além de cônsules, embaixadores, adidos comerciais e consultores. Seus interesses se distribuem entre áreas como siderurgia, etanol, bebidas e automóveis (veja quadro). As negociações envolvendo a produção de veículos da Tata Motors pela Fiat são as que se encontram em estágio mais avançado. A empresa pretende produzir seu carro de baixíssimo custo, o Nano, na fábrica da Fiat em Córdoba, na Argentina, já no segundo semestre deste ano e, de lá, exportá-lo para o Brasil e para o resto da América Latina. A Iveco, divisão de caminhões da montadora italiana, vai ocupar parte de sua linha de montagem na fabricação de picapes médias da Tata Motors no município de Sete Lagoas, em Minas Gerais. A idéia de Tata é fabricar no Brasil o Safari, utilitário mais vendido na Índia. Alguns executivos da Fiat já estão na matriz da Tata Motors acertando detalhes da produção e, no último ano, o consulado da Índia em Minas Gerais emitiu mais de dez vistos para a empresa. Oficialmente, a Fiat nega o acordo.
O empresário Ratan Tata quer investir 15 bilhões de dólares no país -- mas é preciso perseverança e muita paciência para negociar com o bilionário indiano
Tata mantém no Brasil uma equipe formada por cerca de 20 executivos, além de cônsules, embaixadores, adidos comerciais e consultores. Seus interesses se distribuem entre áreas como siderurgia, etanol, bebidas e automóveis (veja quadro). As negociações envolvendo a produção de veículos da Tata Motors pela Fiat são as que se encontram em estágio mais avançado. A empresa pretende produzir seu carro de baixíssimo custo, o Nano, na fábrica da Fiat em Córdoba, na Argentina, já no segundo semestre deste ano e, de lá, exportá-lo para o Brasil e para o resto da América Latina. A Iveco, divisão de caminhões da montadora italiana, vai ocupar parte de sua linha de montagem na fabricação de picapes médias da Tata Motors no município de Sete Lagoas, em Minas Gerais. A idéia de Tata é fabricar no Brasil o Safari, utilitário mais vendido na Índia. Alguns executivos da Fiat já estão na matriz da Tata Motors acertando detalhes da produção e, no último ano, o consulado da Índia em Minas Gerais emitiu mais de dez vistos para a empresa. Oficialmente, a Fiat nega o acordo.
jueves, 3 de abril de 2008
PAC PRIORIDADE NA INFRAESTRUTURA
O PAC E ano da infra-estrutura
Com o PAC, o governo resgata a cultura do planejamento estratégico, cria uma agenda de crescimento e reconhece a importância crucial dos investimentos em infra-estrutura para tirar o país do marasmo econômico. Só falta colocar a teoria em prática
Lançado em janeiro deste ano pelo presidente Lula, o PAC prevê investimentos de 504 bilhões de reais até 2010 em projetos de infra-estrutura. Com todas as suas falhas, ele tem o mérito de colocar a infra-estrutura no centro de debates no país. Nunca no Brasil se discutiram tantos projetos de usinas hidrelétricas, termelétricas, gasodutos, aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Com o PAC, o governo retoma o papel do Estado no planejamento estratégico e na definição das prioridades e cria uma agenda de crescimento para os próximos anos. A meta do programa é garantir as condições para a expansão da economia brasileira na casa de 4,5% neste ano e de 5% ao ano entre 2008 e 2010.
O governo Lula não é o primeiro na história do país a apostar num programa de crescimento. Logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1947, o governo do general Eurico Gaspar Dutra fez a primeira tentativa de planejamento econômico estatal de longo prazo, com o plano Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (Salte). Anos depois, em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek lançou o Plano de Metas, com o objetivo audacioso de fazer o país crescer "50 anos em 5" -- megalomania que se traduziu na construção de Brasília. No período do regime militar, o governo lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) I e II, com projetos que visavam a integração nacional e com investimentos na indústria de base. Durante toda a década de 80 e início dos anos 90, o país sofreu com a espiral inflacionária e com a explosão de seu endividamento externo e interno, o que dificultou a implantação de planos de longo prazo. Com a estabilidade econômica trazida pelo Plano Real, em 1994, a tradição de planejamento estratégico foi retomada no governo de Fernando Henrique Cardoso, que lançou o Plano Plurianual (PPA), batizado de Brasil em Ação, de 1996 a 1999, e o plano Avança Brasil, de 2000 a 2003. Os dois programas, no entanto, não conseguiram garantir os recursos necessários para os investimentos e tiveram baixo índice de realização. Serviram, contudo, de base para a elaboração do PAC, que incorporou muitas obras inacabadas ou que não saíram do papel na gestão de FHC.
Dinheiro para dar a largada
Compare os valores dos investimentos previstos pelo plano do governo e o montante que seria preciso aplicar para resolver os principais problemas de infra-estrutura
Investimentos do PAC (2007-10) (em reais) Quanto serianecessário investir (em reais)
Hidrovias 700 milhões 25,6 bilhões(1)
Portos 2,7 bilhões 4,4 bilhões(1)
Aeroportos 3 bilhões 7,9 bilhões(1)
Ferrovias 7,9 bilhões 86,7 bilhões(1)
Rodovias 33,4 bilhões 93,5 bilhões(1)
Saneamento 40 bilhões 220 bilhões(3)
Geração de energia elétrica 65,9 bilhões 75 bilhões(2)
Com o PAC, o governo resgata a cultura do planejamento estratégico, cria uma agenda de crescimento e reconhece a importância crucial dos investimentos em infra-estrutura para tirar o país do marasmo econômico. Só falta colocar a teoria em prática
Lançado em janeiro deste ano pelo presidente Lula, o PAC prevê investimentos de 504 bilhões de reais até 2010 em projetos de infra-estrutura. Com todas as suas falhas, ele tem o mérito de colocar a infra-estrutura no centro de debates no país. Nunca no Brasil se discutiram tantos projetos de usinas hidrelétricas, termelétricas, gasodutos, aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Com o PAC, o governo retoma o papel do Estado no planejamento estratégico e na definição das prioridades e cria uma agenda de crescimento para os próximos anos. A meta do programa é garantir as condições para a expansão da economia brasileira na casa de 4,5% neste ano e de 5% ao ano entre 2008 e 2010.
O governo Lula não é o primeiro na história do país a apostar num programa de crescimento. Logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1947, o governo do general Eurico Gaspar Dutra fez a primeira tentativa de planejamento econômico estatal de longo prazo, com o plano Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (Salte). Anos depois, em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek lançou o Plano de Metas, com o objetivo audacioso de fazer o país crescer "50 anos em 5" -- megalomania que se traduziu na construção de Brasília. No período do regime militar, o governo lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) I e II, com projetos que visavam a integração nacional e com investimentos na indústria de base. Durante toda a década de 80 e início dos anos 90, o país sofreu com a espiral inflacionária e com a explosão de seu endividamento externo e interno, o que dificultou a implantação de planos de longo prazo. Com a estabilidade econômica trazida pelo Plano Real, em 1994, a tradição de planejamento estratégico foi retomada no governo de Fernando Henrique Cardoso, que lançou o Plano Plurianual (PPA), batizado de Brasil em Ação, de 1996 a 1999, e o plano Avança Brasil, de 2000 a 2003. Os dois programas, no entanto, não conseguiram garantir os recursos necessários para os investimentos e tiveram baixo índice de realização. Serviram, contudo, de base para a elaboração do PAC, que incorporou muitas obras inacabadas ou que não saíram do papel na gestão de FHC.
Dinheiro para dar a largada
Compare os valores dos investimentos previstos pelo plano do governo e o montante que seria preciso aplicar para resolver os principais problemas de infra-estrutura
Investimentos do PAC (2007-10) (em reais) Quanto serianecessário investir (em reais)
Hidrovias 700 milhões 25,6 bilhões(1)
Portos 2,7 bilhões 4,4 bilhões(1)
Aeroportos 3 bilhões 7,9 bilhões(1)
Ferrovias 7,9 bilhões 86,7 bilhões(1)
Rodovias 33,4 bilhões 93,5 bilhões(1)
Saneamento 40 bilhões 220 bilhões(3)
Geração de energia elétrica 65,9 bilhões 75 bilhões(2)
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